11:26
Cia da cultura
africana no vestuário do brasileiro
Criado em
07/02/15 15h00 e atualizado em 07/02/15 16h11
Por Paulo
Virgílio Edição: José Romildo Fonte: Agência Brasil
Resultado de uma
herança que remonta à época colonial, a influência da cultura africana está
presente nas cores nos desenhos estampados no vestuário dos brasileiros. O tema
é abordado, de forma inédita, no livro O africano que existe em nós, brasileiro
de autoria da designer de moda Julia Vidal, lançado nesta semana, no Rio de
Janeiro. A obra tem coedição da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), em parceria
com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da
Presidência da República.
Descendente de
africanos, indígenas e europeus, Julia Vidal, graduada em comunicação visual
pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
buscou no livro documentar a origem estética da identidade brasileira e mostrar
como ela se materializou na moda.
“Busquei identificar formas e ritos que fazem parte do nosso cotidiano,
a fim de identificar sua origem, se africana, indígena ou portuguesa. O
resultado dessa mistura é uno, é brasileiro”, conta Julia.
Segundo ela, a
história da moda no Brasil, como um todo, ainda é pouco registrado em livros, e
a contribuição africana menos ainda. “Tive dificuldades de encontrar fontes
bibliográficas. Pesquisei em livros sobre simbologia, máscaras, ourivesaria”,
admite a autora, que começou a atuar na moda em 2005, quando criou a grife
afro-brasileira Balaco.
Enquanto fazia as
pesquisas para o livro, Julia concebeu dez coleções, retratadas na obra, em que
ela destaca a contribuição das diferentes etnias africanas que vieram para o
Brasil na condição de escravos.
“Os africanos
começaram a produzir sua própria roupa, a partir de matérias-primas locais, e
com o tempo essa passa a ser a roupa não só do escravo, mas também a do colono”,
explica. Ela ressalta, porém, que os trajes que constituem a identidade da moda
afro-brasileira variam de acordo com a região.
“Isto está
relacionado com a origem étnica dos africanos trazidos para o Brasil. Na Bahia,
por exemplo, a maior força da cultura iorubá se tornou a grande referência no
vestuário, mas as nossas roupas são muito diferentes das africanas da mesma
etnia. Aqui não temos aquelas mangas volumosas, as formas de amarrar os
turbantes são diferentes”, explica a autora.
Embora focado na
moda, O africano que existe em nós, brasileiro aborda também as heranças
étnicas na música, na culinária e na arte. As religiões de matriz africana,
como o candomblé e a umbanda, também são temada publicação.
http://www.ebc.com.br/cultura/2015/02/livro-aborda-influencia-da-cultura-africana-no-vestuário-do-brasileiro
Cia da cultura
africana no vestuário do brasileiro
Criado em
07/02/15 15h00 e atualizado em 07/02/15 16h11
Por Paulo
Virgílio Edição: José Romildo Fonte: Agência Brasil
Resultado de uma
herança que remonta à época colonial, a influência da cultura africana está
presente nas cores nos desenhos estampados no vestuário dos brasileiros. O tema
é abordado, de forma inédita, no livro O africano que existe em nós, brasileiro
de autoria da designer de moda Julia Vidal, lançado nesta semana, no Rio de
Janeiro. A obra tem coedição da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), em parceria
com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da
Presidência da República.
Descendente de
africanos, indígenas e europeus, Julia Vidal, graduada em comunicação visual
pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
buscou no livro documentar a origem estética da identidade brasileira e mostrar
como ela se materializou na moda.
“Busquei identificar formas e ritos que fazem parte do nosso cotidiano,
a fim de identificar sua origem, se africana, indígena ou portuguesa. O
resultado dessa mistura é uno, é brasileiro”, conta Julia.
Segundo ela, a
história da moda no Brasil, como um todo, ainda é pouco registrado em livros, e
a contribuição africana menos ainda. “Tive dificuldades de encontrar fontes
bibliográficas. Pesquisei em livros sobre simbologia, máscaras, ourivesaria”,
admite a autora, que começou a atuar na moda em 2005, quando criou a grife
afro-brasileira Balaco.
Enquanto fazia as
pesquisas para o livro, Julia concebeu dez coleções, retratadas na obra, em que
ela destaca a contribuição das diferentes etnias africanas que vieram para o
Brasil na condição de escravos.
“Os africanos
começaram a produzir sua própria roupa, a partir de matérias-primas locais, e
com o tempo essa passa a ser a roupa não só do escravo, mas também a do colono”,
explica. Ela ressalta, porém, que os trajes que constituem a identidade da moda
afro-brasileira variam de acordo com a região.
“Isto está
relacionado com a origem étnica dos africanos trazidos para o Brasil. Na Bahia,
por exemplo, a maior força da cultura iorubá se tornou a grande referência no
vestuário, mas as nossas roupas são muito diferentes das africanas da mesma
etnia. Aqui não temos aquelas mangas volumosas, as formas de amarrar os
turbantes são diferentes”, explica a autora.
Embora focado na
moda, O africano que existe em nós, brasileiro aborda também as heranças
étnicas na música, na culinária e na arte. As religiões de matriz africana,
como o candomblé e a umbanda, também são temada publicação.
http://www.ebc.com.br/cultura/2015/02/livro-aborda-influencia-da-cultura-africana-no-vestuário-do-brasileiro
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