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Pano da costa
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O pano-da-costa branco pertence a Oxalufã e Oxaguiã, o vermelho e branco, a Xangô e Iansã, azul e branco a Oxóssi, vermelho e amarelo é dedicado a Ogum, e o roxo e branco a Omolu e Nanã". (pg.17)


"As matrizes africanas se evidenciam, sobretudo, quando se refere ao "âmbito sagrado (o candomblé, o xangô, o mina)... É nesse âmbito que se destaca o pano-da-costa, objeto-emblema feminino de indumentárias rituais religiosas. Por processos sociais e caminhos estéticos, o pano-da-costa é definitivamente integrado à tão celebrada roupa de bahiana, verdadeira montagem afro-islâmica-européia, de brasileiríssima criação". (pg. 15)
"Peça indispensável no traje da negra baiana, o pano-da-costa pode significar status social nas comunidades religiosas dos terreiros de candomblé". (pg. 15)
"A irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, na cidade Bahiana de cachoeira, durante o mês de aogosto realiza uma grande procisão organizada pelas mulheres negras da irmandade...otraje da cachoeirana é chamado de beca ou naiana de beca, seu pano-da-costa é um pouco menor, possuindo, no entanto, a mesma importânica social, religiosa e moral que determina significados da mulher". (pg. 20)
"Existem panos de Oxalá, de Ogum, Oxumaré e Ewá, que têm nas cores do arco íris os seus símbolos, e os panos de Iemanjá, Abaluaiê e Nanã, que são representados pela cor roxa". (pg. 19)
"O traje de baiana é uma rica e complexa montagem de panos. Anáguas, várias, engomadas, com rendas entremeios e de ponta; saia, geralmente com cincommetros de roda, tecidos diversos, com fitas, rendas entre demais detalhes na barra. Camizu, geralmente rebordada na altura do busto, bata por cima e em tecido mais fino, pano-da-costa de diferentes usos - pano-de-alaká, africano, tecido de tear manual, outros panos industrializados, retangulares, visualmente próximos das peças da África. 'Estar de saia' ou 'usar saia' pode referir-se ao elaboradíssimo conjunto que monta a roupa típica da baiana". (pg. 28)
"Nos candomblés, as roupas de baianas ganham sentido cerimonial e sua elaboração costuma manter aspectos tradicionais". (...) "Ainda em âmbito religioso, a baiana é base para as roupas dos orixás, voduns e inquices, acrescidas de detalhes peculiares em cores, matérias e formatos, a que se somam as ferramentas, símbolos funcionais dos deuses". (pg. 28)
Notas:
Fonte:
LODY, Raul. O que que a bahiana tem: pano-da-costa e roupa de baiana. Rio de Janeiro: FUNARTE/CNFCP, 2003.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


A ilustração de Debret mostra diversas "baianas" numa rua do Rio de Janeiro do século XIX. Note a variedade de panos-da-costa.
O pano da costa é parte integrante da indumentária de baiana característica das ruas de Salvador e do Rio de Janeiro no século XIX.
Usado sobre os ombros o pano-da-costa teria como principal função, de acordo com o pesquisador Raul Lody (2003), distinguir o posicionamento feminino nas comunidades afro-brasileiras.
Geralmente retangular, o pano-da-costa é tradicionalmente branco ou bicolor (listrado ou em madras) podendo ser bordado ou com aplicações em rendas.
O nome pode ter derivado de sua origem (a Costa do Marfim, na África) ou do fato dele ser usado preferencialmente jogado sobre os ombros e costas.
As fantasias da ala de baianas das escolas de samba freqüentemente exibem panos-da-costa. Muitas vezes esses elementos são transfigurados para se adaptarem aos temas da roupa.

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3 comentários

  1. Ótimo texto! Há muito pouco sobre a indumentária afro-brasileira.
    Ótimo site.

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  2. Agradecemos a Associação Nacional da Moda Afro-Brasileira, pelo crédito dado a nossa página no Facebook. A união faz a força !!! 4P.

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  3. Muito bacana, como a nossa cultura é rica de valores, costumes, rituais e sabedoria.
    Parabéns aos estudiosos!

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